Corticoides

Corticóides

O uso de corticoides é bastante comum na prática neurocirúrgica. Muitas vezes no pré e pós operatórios, eles são indispensáveis.

O cortisol e a costicosterona são hormônios secretados pela glândula suprarrenal (adrenal) sob o comando da hipófise e hipotálamo (eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal).

Sua função primordial é o controle da homeostasia do corpo humano. Em condições normais, o córtex da suprarrenal secreta 15-25 mg por dia de cortisol e 1,5-4 mg por dia de corticosterona.

Os hormônios em geral são produzidos pelo mecanismo de feedback negativo. Portanto o organismo ao identificar que a concentração sérica (nível na corrente sanguínea) atingiu um determinado valor, interrompe sua liberação.

Por isso o uso prolongado de corticoide exógeno (>5-7 dias) causa supressão do eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal e eventualmente pode causar atrofia da adrenal.

Se a administração de corticoide é interrompida abruptamente é possível que ocorra sintomas de insuficiência adrenocortical e em casos severos isso leva à um choque hemodinâmico chamado de crise de Addison.

Os sintomas de insuficiência adrenal são fadiga, fraqueza, artralgia (dor nas articulações), anorexia, náuseas, hipotensão, tontura, hipoglicemia e dispneia (falta de ar).

Além do risco de insuficiência adrenal, a suspensão repentina do corticoide exógeno é capaz de causar efeito rebote da doença que motivou seu uso em primeiro lugar.

Os efeitos colaterais do uso de corticoides são múltiplos. Felizmente são mais comuns no uso crônico, porém alguns podem surgir mesmo em curtos períodos de tratamento.

Abaixo estão algumas das ocorrências indesejáveis:

• Hipertensão arterial

• Psicose por esteroides

• Aumento da pressão intracraniana idiopático

• Efeito supressor de crescimento em crianças

• Amenorréia secundária (atraso menstrual)

• Características Cushingóides: obesidade, hipertensão arterial, hirsutismo (crescimento de pelos), estrias violáceas, etc.

• Gastrites e úlceras por esteroides (possível evitar com uso de protetores gástricos)

• Pancreatite

• Cicatrização prejudicada

• Intolerância à glicose

• Dislipidemia

• Glaucoma e catarata

• Necrose da cabeça do fêmur vascular

• Osteoporose (possível reversão com bifosfonato não nitrogenado e cálcio)

• Miopatia por esteroides

• Imunossupressão

• Hipercoagulabilidade

• Leucocitose na ausência de infecções

• Soluços

• Hipoplasia adrenal do feto (somente em doses elevadas)

A despeito desta extensa listagem de efeitos adversos, o uso de corticoide exógeno é necessário no tratamento de doenças neurológicas e de diversos outros sistemas do corpo humano.

 

Fonte: Handbook of Neurosurgery por Mark S. Greenberg

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