Hidrocefalia de pressão normal é uma possível causa de demência. E seu grande diferencial é ser potencialmente reversível! Sua incidência varia de 2 a 20 pacientes por milhão por ano. Sua prevalência aumenta com a idade, sendo mais comum acima dos 60 anos. A frequência nos homens e nas mulheres é a mesma.
Em 1965, S. Hakin e R. D. Adams originalmente descreveram esta síndrome como a tríade clássica de declínio cognitivo, instabilidade de marcha (os pés parecem estar magneticamente presos ao chão) e incontinência urinária.
Anamnese detalhada, exame neurológico criterioso aliados à Ressonância magnética do encéfalo e Tap test norteiam o diagnóstico.
Os exames de imagem mostram:
• índice de Evans aumentado >0,3;
• alargamento dos cornos temporais dos ventrículos laterais >6 mm;
• ângulo caloso agudo;
• arqueamento superior do corpo caloso;
• alterações desproporcionais nos espaços subaracnóideos;
• fissuras silvianas dilatadas;
• alta convexidade apertada (sulcos estreitos e espaços subaracnóideos no vértice e região medial/parafalcina);
• sinal do sulco do cíngulo: metade posterior do sulco cingulado é mais estreita que a metade anterior;
• dilatação focal/isolada dos sulcos sobre a superfície medial ou convexidade (às vezes chamada de sulcos de transporte).
O Tap Test é utilizado na propedêutica da Hidrocefalia de pressão normal e consiste na retirada de uma quantidade de líquido cefalorraquidiano (líquor) e avaliação qualitativa da melhora dos sintomas principalmente da marcha e estabilidade postural.
A conclusão da investigação e tratamento adequado são realizados pelo Neurocirurgião.
Fonte: Adams RD, Fisher CM, Hakim S. Symptomatic occult hydrocephalus with “normal” cerebrospinal fluid pressure. A treatable syndrome. N Engl J Med (1965) 273:117–26. 10.1056/NEJM196507152730301